HIDRELÉTRICA NO RIO IVAI:

“Movimento contra a instalação de Barragens”

 Promotor, ambientalistas, biólogos, pescadores, estudantes e outras lideranças se reuniram em Fênix e Lidianópolis num movimento denominado “PróPiquirIvaí”, e contra a instalação de Barragens no Rio Ivaí e Piquiri 
 OUÇA O LINK DE VÍDEO - MATÉRIA ESPECIAL
Jose Wilson - Indígena
No sábado, 07 de julho de 2012, nossa reportagem acompanhou em Lidianópolis, no salão Paroquial de Porto Ubá (Distrito), uma reunião que foi realizada na localidade que fica às margens do Rio Ivaí, comunidade local, formada por diversas famílias de pescadores artesanais e lideradas por Marildo Oliveira, que é o Presidente da Colônia de Pescadores Z-17. Alem deles, o evento reuniu estudantes de mestrado e doutorado do PEA - Programa de Pós Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, da UEM, além de biólogo (Doutor em ecologia de peixes) do NUPELIA. O encontro, promovido pelo movimento “PróPiquirIvaí”, também contou com a presença de vereadores e outras lideranças municipais, incluindo o prefeito em exercício de Lidianópolis Celso Antonio Barbosa, o “Magrelo”, que é candidato a prefeito, e Luis Carlos Casa Grande, vereador que também concorre as eleições municipais. No local, ainda, estavam o prefeito municipal de Kaloré: Edmilson Luis Stencel, seu vice Washington e lideranças de Ivaiporã e diversas cidades da região. Todos os candidatos da próxima eleição municipal, por questões da legislação eleitoral, apenas acompanharam as manifestações dos cerca de cinquenta participantes, incluindo membros da Pastoral Social de Apucarana, e do advogado da AMUVI- Associação dos Municípios do Vale do Ivaí. O objetivo foi protestar e se organizar contra um consórcio de pelos menos 06 empresas, liderado pela PCH Minas, de Belo Horizonte, que realiza estudos no Rio Ivaí, e está prestes a conseguir do Governo Federal a Liberação para construção de PCH – Pequenas Usinas Hidrelétricas ao logo do Rio Ivaí, no trecho compreendido entre Fênix e Rio Branco do Ivaí. Durante os pronunciamentos, ficou evidente que todos são contra projeto por causa do impacto ambiental que ele vai provocar. Entres os participantes estavam também pós-graduandos da UEM, que no contato com a população local e lideranças regionais, traziam consigo experiências que não deram certo em outros lugares do estado e do país, como: Goiás e Pernambuco. 

Documento aprovado Câmara de Lidianópolis

Zé Wilson, líder Guarani vindo da Terra Indígena de São Jerônimo relatou que o Rio Tibagi, por conta do corrente enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Mauá, podia ser atravessado a pé, e hoje é um rio de água parada. Falou ainda sobre o processo de negociações e práticas do consórcio responsável pelos danos em relação aos afetados afirmando que compromissos assumidos não foram cumpridos e moradores ribeirinhos sofrem as consequências. Claudemir, liderança Xetá que também reside na Terra Indígena de São Jerônimo, reiterou a importância do Ivaí para a etnia Xetá e ainda da busca do reconhecimento a parcela de seu território, na Serra dos Dourados, de onde aliás foi retirado, quando criança, Tiguá, ex-esposo da Senhora Belarmina, liderança feminina Kaingang que recentemente esteve na Conferência dos Povos, na Rio + 20, denunciando os projetos de construção de hidrelétricas no Rio Ivaí. Ela relatou que essa denúncia atraiu para o Vale do Ivaí, o jornalista Benjamin Powless, que é canadense, da etnia Moicanos, e esteve na região, estudando a epopeia Xetá. A câmara de Vereadores de Lidianópolis, apresentou um documento aprovado na Casa de Leis, em que os edis declaram o Rio Ivaí como Patrimônio Cultural, Paisagístico, Ecológico e Econômico da comunidade, medida que outras cidades já estão adotando e demonstra a importância do Rio Ivaí tal como ele é e está. Quem também fez uma fala importante, foi o Pe. Zenildo, de Mandaguari, do grupo Cáritas-Paraná. A reportagem da Rádio Nova Era/ Vale do Ivaí, conversou com Zé Wilson, líder Guarani vindo da Terra Indígena de São Jerônimo, que falou sobre os transtornos que os moradores ribeirinho enfrentam na sua Região; também com Vladimir Marques Domingues, do NUPELIA, que falou sobre os impactos ambientais, que segundo ele são gravíssimos, inclusive provocando o desaparecimento de espécies hoje existentes no Rio. Conversamos também como o Presidente da Associação dos Pescadores Marildo Oliveira, e com o Promotor Robertson Fonseca de Azevedo, ligado a defesa do Meio Ambiente de Maringá. Para ele, as usinas não geram lucro, não geram emprego para a região, e na visão do Ministério Público, são um mau negócio para o Paraná. (PARA ENTENDER MELHOR O ASSUNTO, OUÇA O LINK DE VÍDEO COM AS ENTREVISTAS). O mesmo encontro, iniciado às 14 horas no Porto Ubá, também foi realizado em Fênix no sábado pela manhã. Crédito Berimbau.

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